domingo, 10 de outubro de 2010

A vida de JORGE PAULO LEMANN



            



           Jorge Paulo Lemann nasceu no Rio de Janeiro, 26 de agosto de 1939.Ele é um empresário , o quinto homebrasileirom mais rico do Brasil e 48º em todo o mundo.
Foi um dos controladores de empreendimentos como o Banco Garantia, vendido em 1998 ao Credit Suisse. É um dos controladores da InBev, a fabricante de cervejas e refrigerantes resultante da fusão entre Brahma e Antarctica e posteriormente fundida com a belga Interbrew, formando a segunda maior cervejaria do mundo, Imbev. Após a compra da Budweiser pela Imbev, forma a ABInbev, a maior cervejaria do mundo, Jorge Paulo Lemann é um dos donos da maior cervejaria do mundo. Sua maior concorrente é a SABMiller. Também é dono da rede de fast food Burger King, da ALL assim como de ferrovias nos EUA,das Lojas Americanas, da Submarino, Americanas.com e outros interesses difusos, sempre junto com Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
Foi fundador da GP Investimentos, administradora de fundos de investimento privados com participações expressivas na Telemar, no Playcenter ,Gafisa, ALL, entre outras grandes empresas. Vendeu a GP investimentos à antigos funcionários, entre eles Antônio Bonchristiano, no começo da década.
Era acionista da Gilette junto com Warren Buffet. Com a incorporação da Gilette pela Procter & Gamble, recebeu ações dessa nova empresa.
Lemann tem uma fortuna avaliada hoje em 11,5 bilhões de dólares[1] e mora em Zurique com os três filhos mais novos e a segunda mulher.
Filho de suíços, Lemann foi tenista na mocidade, tendo representado a Suíça na Copa Davis de 1962. Foi pentacampeão brasileiro de tênis.

SÃO PAULO - "Um amigo querido e uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço". A afirmação de Buffett revela sua relação próxima de nosso próximo personagem. Jorge Paulo Lemann, brasileiro atualmente radicado na Suíça, vai além do império que construiu no mercado. Lemann faz parte da história do sistema financeiro brasileiro, fez escola pelas práticas corporativas, é referência até para o esporte nacional.

            Sua rica e extensa trajetória é de difícil resumo em alguns parágrafos. Mesmo com uma promissora carreira como tenista pela frente, optou por outro caminho. Aos dezessete anos, foi estudar economia em Harvard. O objetivo foi concluído com sucesso, aos vinte. Segundo relatos, a decisão de colocar o tênis em segundo plano ocorreu porque "pelo tanto que jogava, percebi que dificilmente estaria entre os dez melhores do mundo", uma vez afirmou à revista Tênis Brasil.

            O "futuro promissor" no esporte não é por acaso. Lemann foi campeão brasileiro juvenil aos 17 anos, depois sagrou-se campeão brasileiro por cinco vezes, disputou a Copa Davis por Brasil e Suíça e foi campeão mundial três vezes, na categoria veteranos. Mas para um Personagem do Mercado, o que conta é sua trajetória no mercado.

            O Goldman Sachs brasileiro

            Finalizados seus estudos em Harvard, Lemann entrou como estagiário no Credit Suisse. Por não gostar da rotina no banco suíço, largou o estágio quando apareceu a oportunidade de defender a Suíça na Copa Davis. No fundo, o futuro de Lemann era como gestor, não empregado.

            Entre estas idas e vindas, comprou uma corretora de pequeno porte no Rio de Janeiro, em 1971. A Garantia viria a se tornar o banco Garantia, responsável por boa parte da história de Lemann. Muitos consideravam o Garantia como o Goldman Sachs brasileiro. De fato, Lemann buscou na estratégia de gestão da instituição norte-americana os moldes para a condução de seu negócio.

            A "Cultura Garantia", como tratada até hoje, serve como modelo de gestão empresarial. O foco de Lemann era a meritocracia, que proporcionava treinamento intenso e oportunidade de crescimento rápido para os funcionários que obtivessem melhores resultados. A estratégia de competição interna fazia do Garantia o destino de muitos profissionais respeitados. Entre uns e outros, passaram por lá Armínio Fraga e André Lara Rezende.
Pioneirismo

            Em sua trajetória, o Garantia atraiu muitos olhares externos. Ainda corretora, em 1976, foi alvo de aquisição pelo JP Morgan. A transformação em banco veio daí, bancada por Lemann. Além de talentos e participação em diversas empresas, o Garantia foi pioneiro no modelo de Private Equity adotado no Brasil.

            Depois de resistir ao JP Morgan e de uma estrada de muito sucesso, o banco seria vendido por Lemann ao Credit Suisse em 1998, por conselho de Warren Buffett. Vinha de um ano ruim, um dos únicos em sua longa história. Nesta história, Lemann, através do Garantia, ingressou na base acionária de Lojas Americanas em 1982 e da cervejaria Brahma em 1989, entre outras participações. Em 1993, Lemann funda a GP Investimentos, junto com Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, seus braços-direitos no Garantia.

O Trio de ferro

            Boa parte da trajetória bem sucedida de Lemann relaciona estes dois nomes. Sicupira entrou no Garantia em 1973, um ano depois de Telles. Tornaram-se sócios e parceiros de Lemann pelo restante da vida. Já como GP, adquiriram participações em mais de 30 companhias. Entre as principais, ALL, Gafisa e Telemar.
         A chegada de 2004 viria mudar muito esta história. Após vender participações em grande parte destas mais de 30 empresas, o trio se retira da GP. No mesmo ano, o grupo belga Interbrew compra a AmBev e, com o negócio, Lemann, Telles e Sicupira se tornam donos de 25% da maior cervejaria do mundo, até então InBev. Em 2008, a empresa se torna Anheuser-Busch InBev, com a compra do grupo Anheuser-Busch.

            Lemann ainda é dono da Lojas Americanas e da Blockbuster; do grupo B2W, além da São Carlos Empreendimentos Imobiliários. Na listagem de 2008 da revista Forbes, aparece na posição 92 dentre as maiores fortunas do mundo, com patrimônio estimado de US$ 5,3 bilhões.
Um caso curioso

            Uma passagem muito interessante é contada em uma edição de 2008 da revista Época Negócios. Após entrar no ramo varejista, Lemann se viu diante de um período de instabilidade na administração da Lojas Americanas. Para entender mais do setor, tentou contato com alguns dos principais nomes do mundo no assunto. Um dos que lhe respondeu foi Sam Walton, a lenda que fundou o gigante Wal-Mart.

            Lemann marcou encontro com Walton para conversar de negócios e entender mais do setor varejista. Pegou um avião e foi parar em um pequeno aeroporto na pequena cidade de Bentonville, local do primeiro galpão do Wal-Mart. Ao desembarcar, se deparou com um local peculiar - Bentonville hoje possui cerca de 33 mil habitantes.

            Lá estava, à espera, um velhote em uma caminhonete carregada com armas e cães. Lemann, acompanhado de Sicupira, então perguntou como faria para chegar em Sam Walton. A resposta: "Sou eu mesmo, sobe aí e vamos embora.". Ao descobrir os dotes de Lemann no tênis, Sam Walton virou sua dupla.

O Legado de Lemann
Publicado em novembro 3, 2009 por equipedom
Em abril de 2008 a revista Época Negócios fez uma grande reportagem sobre o legado que Jorge Paulo Lemman e seus parceiros (Beto Sicupira e Marcel Telles) deixaram para o meio empresarial brasileiro.
Esse legado é a chamada “Cultura Garantia” que trouxe para o Brasil um modelo de gestão baseado na meritocracia, no partnership e na gestão por resultados – algo muito inovador para a época.
Apesar de terem se passado vários meses desde a publicação, as lições de gestão e liderança desse trio continuam sendo oportunas e atuais.
Segue abaixo uma versão adaptada da “Cultura Garantia”.
A CULTURA GARANTIA
O QUE É
* CULTURA DE DONO
A idéia é que o sujeito que se considera dono do negócio é muito melhor do que aquele que está ali porque recebe salário. Para isso, deve ter autonomia para decidir, responsabilidade pelo resultado e participação nos lucros.
* SIMPLICIDADE
Salas sem paredes, roupas informais e poucos níveis hierárquicos. Tudo deve ser resolvido simples e rapidamente.
* PRÊMIO
A meritocracia se dá pela criação de metas para tudo. Não há limites para os bônus salariais dos que as superam. Os salários fixos são inferiores a média mas a cada semestre 25% do lucro líquido do banco era dividido entre os associados de acordo com o seu cargo e o desempenho auferido.
* BENCHMARK
Desprendimento e humildade em copiar bons exemplos e adaptá-los. Além disso uma preocupação genuína em implementar com sucesso.
* LIDERANÇA
Na “cultura Garantia”, uma companhia não é uma pirâmide, com níveis hierárquicos que se afunilam até a inexpugnável cúpula. A arquitetura é a de um circo romano. O que significa que o líder está no centro, onde todos podem vê-lo. E isso praticamente o obriga a liderar pelo exemplo.
* DEDICAÇÃO
No Garantia não havia dias tranqüilos. A frase que resume essa filosofia é a que diz que um dia é 5% do mês. O próprio Marcel Telles, no entanto, já admitiu que esse regime de dedicação integral à empresa, foco nos resultados e expectativa de bônus milionários não é para todo mundo. A respeito disso, ele toma emprestado o lema dos marines americanos: “Few and Proud” (“Poucos e Orgulhosos”).

* EFICIÊNCIA OPERACIONAL
Sistema de produção à japonesa aliados a métodos de planejamento para a redução de custos e métodos para execução e verificação das economias.
“Ser paranóico com custos e despesas, que são as únicas variáveis sob nosso controle, ajuda a garantir a sobrevivência no longo prazo”, diz um dos 18 mandamentos da “cultura Garantia”
Esse modelo de gestão incorporado e aprimorado no antigo Banco Garantia (comprado pelo Credit Suisse em fins da década de 90) se espalhou por empresas como Ambev, Lojas Americanas, ALL e várias outras. Executivos do porte de Armínio Fraga, Cláudio Haddad e André Lara Resende também se formaram nessa escola.
               É interessante notar que a meritocracia e o sistema de partnership são a base de todos esses princípios e uma das principais razões da qualidade dos sistemas de gestão observados nessas empresas. Não é surpresa que várias empresas de sucesso utilizem uma combinação de ambos dado que essa tem sido a melhor maneira de alinhar os interesses de acionistas e funcionários.
A meritocracia em especial tem um princípio simples – os melhores precisam ser bem recompensados pelos resultados que trazem. O partnership por sua vez reforça o vinculo entre os interesses de talentos e acionistas.
Logo, do ponto de vista dos funcionários, essa combinação tem tido muito sucesso em recompensá-los, remunerá-los, reconhecé-los e motivá-los. Ainda mais quando comparado ao sistema paternalista, onde a politicagem e o favoritismo costumam influenciar os sistemas de RH.
Os acionistas por sua vez já reconheceram que é basicamente de talentos que as grandes empresas são feitas. Esses talentos contribuem na geração superior de valor, em especial na geração de valor relacionado aos Ativos Intangíveis.
Os diversos cases de sucesso são realmente muito impressionantes; no entanto, sabe-se que a adoção de um sistema de gestão e de um sistema de valores que funcionem não são feitas da noite para o dia, uma vez que devem considerar fatores como a cultura e a história da empresa.
Mas porque não aproveitar um comentário do próprio Lemann que disse:. “(…) se tem alguém fazendo bem, melhor não gastar muito tempo procurando como fazer. Vai lá, olha e adapta da sua maneira, e pronto.”
LIÇÕES DE JORGE PAULO LEMANN
São dez:
1ª) existe uma relação íntima entre o esforço aplicado e o resultado obtido; não há moleza em nada;
2ª) dentro desse esforço, se possível, capte ventos e os deixe ajudá-lo;;
3ª) tudo é um aprendizado; esteja sempre aprendendo e tentando melhorar; até hoje, aos 67 anos, ainda tento melhorar o saque na quadra de tênis;
4ª) aprenda com as derrotas e volte melhor para a próxima rodada;
5ª) só desista no último ponto;
6ª) tenha foco no seu objetivo, sempre um sonho grande;
7ª) não jogue para a platéia; jogo muito bonito nem sempre ganha;
8ª) esteja sempre na espreita; a vida, os negócios e o tênis dependem de oportunidades excepcionais; quando surgem, saiba reconhecê-las e avance;
9ª) ser ético e transparente sempre compensa;
10ª) bom é sonhar grande e chegar lá (aos 9 anos, queria ser campeão do mundo no tênis; apenas aos 45 anos, cheguei à categoria de veteranos, mas me dei por satisfeito).
As lições de Lemann, sócio da AB InBev, a maior cervejaria do mundo, estão em seu depoimento no livro ´A quadra dos sonhos. Histórias e conquistas do tênis brasileiro´, de autoria de César Kist e Élson Longo, da Phorte Editora (Folha de S. Paulo, São Paulo, 09 jul. 2009, p. B2).
CONCLUSÃO
            O lema de Lemann é comprar na baixa e vender na alta. Foi assim que Jorge Paulo Lemann transformou empresas em dificuldades em grandes negócios. Um exemplo é a cervejaria Brahma, comprada em 1989 por 60 milhões de dólares e negociada por 4,1 bilhões de dólares na fusão com a Interbrew. A trajetória de Lemann começou em 1971, quando ele e mais cinco sócios fundaram o Banco Garantia. De lá para cá, Lemann e seus sócios adquiriram participação em mais de 30 empresas, entre elas, Lojas Americanas e Telemar.

Referências
Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
InfoMoney. Disponivel em http://quererempreender.blogspot.com/2009/08/jorge-paulo-lemann-de-promessa-do.html. Acesso dia 03 de outubro de 2010
ASSIS, Thiago: O legado. Disponível em (thiago.assis [at] domsp.com.br). Acesso dia 03 de outubro de 2010.
FREITAS, Newton. As lições. Disponível em http://www.newton.freitas.nom.br Acesso dia 03 de outubro de 2010.

Um comentário:

  1. Muito interessante a trajetória do Sr Jorge Paulo Lehman e seus sócios no mundo dos negócios, com certeza serve como exemplo para muita gente que ja está ou pretenda entrar no ramo, é claro, guardadas as devidas proporções.
    Uma coisa porém me deixa intrigado... por que este item:"* SIMPLICIDADE
    Salas sem paredes, roupas informais e poucos níveis hierárquicos. Tudo deve ser resolvido simples e rapidamente."... da chamada "Cultura Garantia", não funciona na "americanas.com"?

    Pedro Paulo de Souza.

    ResponderExcluir